8 de janeiro de 2016

Apresentação do blog

Este blog nasceu pela necessidade de encher corações abandonados com historias românticas, espero que gostem e partilhem.
Aceitam-se comentários e podem sempre ajudar a escrever finais diferentes.
Algumas histórias podem ser baseadas em factos reais.

O blog foi reorganizado espero que gostem.

Desculpem não andar a escrever mas ando com pouca vontade de escrever.

O último ano de liceu Página 1

Era agora setembro e começavam agora a cair as primeiras chuvas. Ricardo, um rapaz de 17 anos, estudante agora no 12°ano voltava agora às aulas depois de um verão em férias bastante quente.
Ricardo apesar de estar no 12°ano não sabia ainda o que iria seguir quando acabasse o liceu. Ele vivia numa pequena vila do interior.
Ricardo era um rapaz sonhador e prudente mas o que estaria prestes a acontecer neste último ano de liceu ele nem imaginava.
Era oito da manhã e o despertador tocava, Ricardo saltava da cama para o seu primeiro dia de aulas e claro não podia chegar atrasado. Passava brevemente pela casa de banho e lavava a cara e olhava-se ao espelho, ao mesmo tempo pensava o quão bom seria reaver os seus antigos colegas dos anos anteriores agora finalmente todos a acabar o liceu.
Também se interrogava se alguma coisa teria mudado desde junho.
Corre para a cozinha e rapidamente despacha a tigela de cereais, seguidamente veste o uniforme e corre para a escola.
Ricardo tinha um cabelo castanho caramelo liso e uns olhos castanhos avelã.
Ricardo fechara agora a porta de casa despedindo-se dos seus pais.
Correra então para a entrada da escola e depressa chegou ao corredor onde continha afixado nos grandes placares as listas das turmas.
Olhando para a turma, parecia tudo como era esperado, todos os alunos do ano anterior estavam na mesma turma. Foi com grande felicidade que viu que a sua melhor amiga Marília estava na mesma turma, no entanto algo estava diferente, um novo nome constava na lista, David Ramalho. Ao olhar para o seu lado direito Ricardo vê Marília a chegar a correr para ele, depressa se acabam a abraçar. Ricardo pergunta à Marília sobre este novo nome na lista da turma mas ela não sabia nada sobre ele. 
- Penso que é novo cá na vila. - diz Marília a Ricardo.
A campainha toca e depressa correm para a primeira aula.
Ao chegarem à primeira aula a professora começa a chamada habitual. Ao pronunciar David Ramalho todas as atenções se viram para ele.
-Apresenta-te à turma David - pediu a professora.
-Olá eu sou o David Ramalho acabei de me mudar para cá, tenho 17 anos, quero seguir em breve comunicação social.
David era um rapaz bonito cabelos  castanhos e barba preta cerrada, media perto de 1,70 corpo atlético.
Ao longo da aula David e Ricardo trocam olhares, Marília ao reparar sorria discretamente.
No primeiro intervalo da manhã Ricardo comenta com Marília sobre o novo colega.
- O que achas do David? - pergunta Ricardo a Marília.

O último ano de liceu Página 2

- Parece simpático e muito bonito - responde ela.
Ainda agora tinham acabado de tomar o pequeno-almoço soa a campainha para a segunda aula da manhã, era aula de Área de Projeto. Nesta disciplina este ano pretendia-se que os alunos desenvolvessem projetos sobre temas à escolha. 
- Façam grupos de três e escolham um tema para o vosso projeto. - pediu a professora à classe.
Marília e Ricardo juntaram-se como já era de esperar no entanto Ricardo decidira incluir David no seu grupo.
- Queres ficar no nosso grupo? - pergunto Ricardo ao David.
David num sorriso embaraçado respondeu-lhe afirmativamente.
No fim das aulas os três foram a casa de Marília pois segundo ela a mãe iria fazer o bolo de chocolate " melhor do mundo", sendo assim ela convidou o seu melhor amigo e claro o novo colega David.
Ao chegarem a casa dela a mãe de Marília serviu-lhes uma fatia de bolo com um copo de leite.
David falou-lhes da antiga escola e de o quanto sentira saudades dos seus colegas.
Marília fascinava-se com as  historia que David contava sobre a antiga escola.
Ricardo estava um pouco nervoso com a presença do novo colega e acabara por entornar um pouco de leite sobre a mesa; Marília depressa se aprontou para trazer guardanapos que a mãe se esquecera de trazer. Enquanto a Marília foi buscar guardanapos Ricardo e David olharam-se por momentos nos olhos. De repente Marília chegou e reparou que Ricardo estava um pouco envergonhado mas não quis dizer palavra sobre isso e fez de conta que nada percebera.
Marília desde muito cedo que sabia que o seu melhor amigo era gay mas nunca abordara esse assunto com ele, ela tinha medo de o constrangimento que lhe poderia causar.
- Bem vou para casa - disse o Ricardo dirigindo-se para a porta.
-Eu também vou para casa, obrigado pelo lanche Marília - diz David por sua vez.
- Até amanhã meninos - responde-lhes Marília.
No dia seguinte Ricardo e os demais membros do grupo decidiram juntar-se em primeiro lugar para escolher o tema do trabalho em segundo lugar para definir objetivos.
Tudo foi combinado para ser na biblioteca municipal depois das aulas.
Ricardo era um rapaz perfeccionista e gostava de ser o primeiro a chegar mas desta vez David havia chegado primeiro.
Ricardo ao chegar e só ver o David ficou um pouco envergonhado, apertou-lhe a mão, escolheu uma mesa e sentou-se.

David depressa seguiu-lhe o exemplo escolhendo a cadeira mesmo em frente a Ricardo.

O último ano de liceu Página 3

Ricardo corou quando David se sentou, mas antes que surgissem palavras Marília havia acabado de chegar com um sorriso nos lábios como de costume e uma lancheira na mão.
- Olá meninos quando disse à minha mãe que me iria juntar a vocês no projeto ela juntou umas fatias extra de bolo de noz para vocês espero que gostem. - disse Marília terminando com um sorriso.
- Foi muito amável a tua mãe. - disse Ricardo explodindo de contentamento.
-Bem é melhor começar-mos a decidir o tema do nosso projeto pelo menos para que todos possamos indo pensando no que deverá ser feito. - disse por fim o David dando por concluída a galhofa.
- Então vejamos, devíamos falar sobre temas da atualidade, poluição, aquecimento global, homossexualidade. - disse Marília ansiosa que escolhessem o tema da homossexualidade assim teria todo o conforto de abordar a sexualidade do seu melhor amigo.
David mostrou-se inclinado para direitos humanos, Ricardo consentiu então Marília achou por bem no entanto decidiu bater o pé um pouco.
- No tema dos Direitos humanos podemos abordar o direitos dos homossexuais pois parece-me bastante relacionado.
Ricardo mostrou-se um pouco constrangido dizendo:
- A sociedade não olha muito bem para temas como a homossexualidade e se abordarmos esse tema corremos o risco de gozarem connosco.
David no entanto tentando acalmar o Ricardo referiu que sendo o trabalho para o fim do ano e sendo este o ultimo ano de liceu que mesmo que alguém quisesse gozar que seria por pouco tempo.
Marília no meio de um sorriso consentiu ansiosa pela aprovação do Ricardo.      
Ricardo por fim cedeu dizendo:
- Ok vamos então pensar em algumas ideias e dentro de uma semana voltamos aqui para uma reunião de grupo.
Agora que estava tudo encaminhado:
- Olhem não se esqueçam do bolo de noz que trouxe para vocês. Que tal irmos para o jardim da biblioteca? - perguntou Marília desconfiada que depois desta reunião eles se haviam ter esquecido das fatias de bolo de noz.
- Claro, lá ao fundo existe uns bancos ao sol o que vai saber tão bem agora que os meses frios chegaram. - disse Ricardo já a imaginar-se a saborear as fatias de bolo de noz.
Seguidamente os três lá foram para o tal banco de jardim que Ricardo mencionara.

Enquanto estavam sentados Ricardo discretamente percorreu o corpo de David pensando para si sobre o quanto se sentia atraído por ele.

O último ano de liceu Página 4

Ricardo ainda não aceitara bem a sua homossexualidade mas o que era certo é que sabia que se sentia muito atraído por David.
A sua cabeça enchia-se agora de dúvidas, uma delas era se David era gay e caso ele fosse gay se se sentiria atraído por ele.
Mergulhado em pensamentos ouvia como se estivesse distante Marília e David a rirem.
Ricardo nunca abordaram a homossexualidade com alguém pois sentia-se com muitos medos.
Já em casa na cama antes de adormecer Ricardo pensava em David, imaginava o quanto seria bom puder beijar-lhe os lábios e acariciar lhe o rosto, imaginava como seria bom dormir em "conchinha" com ele.
No entanto dentro de si as pergunta-se mantinham: "Será que ele é gay? Será que ele gostará de mim? E se eu lhe contar será que vai gozar comigo? Será que vai contar a toda a gente?"
Com todos estes pensamentos acabou por adormecer.
No dia seguinte Ricardo acordou, olhou para o relógio e já era tarde, mas ficou feliz por se lembrar que era fim-de-semana, era sábado.
Hoje a sua avó fazia anos e por isso lá em casa iriam ter um almoço em família com os primos e primas, tios e tias e claro os seus pais.
-Ricardo!! - gritou a mãe
-Hoje é o aniversário da tua avó vê se sais da cama e te vestes rápido! - continuou ela.
Ricardo já sabia, nos almoços de família os país esmeravam-se em tudo. Ele levanta-se da cama e depressa veste uma roupa bonita, pois sabia que sendo o almoço lá em casa ele seria um dos grandes centros das atenções.
Ding dong, soava a campainha, era a avó e o avô a chegarem.
Ricardo vai abrir a porta:
- Como estás rapaz? - perguntou o avô com ar bem disposto
- Estou bem obrigado, entrem a mãe e o pai estão na cozinha já vem. - respondeu ele meio atrapalhado.
- Então rapaz e como estamos de namoradas? - perguntou o avô com ar malandro.
- Bem - gaguejou ele.
Este era um daqueles temas que mais detestava em ser abordado, pois ninguém da sua família sabia à cerca da sua orientação sexual.
Ele ficou bastante vermelho mas acabou por continuar:
- Sabes avô ainda estou a acabar o 12°ano e como tal não tenho muito tempo para essas coisas.
- Vá António ele não te sai a ti. - disse a avó na hora "H".
Ricardo acabava de se livrar finalmente do tema.

Seguidamente chegaram os seus primos e primas acompanhados dos seus pais.

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- Agora que todos estamos juntos quero que todos escolham um lugar na mesa sendo que os lugares das pontos estão destinados ao avô e à avó respetivamente. - disse a mãe organizando os convidados.
À mesa falava-se de tudo um pouco, os homens falavam mais de política e desporto, as mulheres sobre a vida uma das outras, a meninos de moda e os rapazes de futebol, jogos e namoradas.
Ricardo não se identificava com o tema dos rapazes sentindo-se um pouco excluído.
Depois do almoço todos novamente à volta da mesa cantaram os parabéns para a avó.
Depois de almoço Ricardo foi a casa de Marília, ele estava  pensar muito na sua sexualidade e precisava do apoio da sua melhor amiga.
Ele sentia-se muito inseguro quanto a isso mas ele dizia para si mesmo que sendo ela sua amiga então não haveria perigo, pelo menos ele queria se convencer nisso para não se sentir tão nervoso.
Chegando a casa da Marília toca a casa da Marília.
A mãe de Marília abre a porta:
- Olá Ricardo que bom ver-te por cá.
- Olá posso falar falar com a Marília? - perguntou o Ricardo.
- Sim claro Ricardo ela esta no quarto já desce. - responde a mãe de Marília.
Seguidamente aparece Marília no topo das escadas a descer com o seu vestido vermelho deslumbrante.
- Ricardo que bom. Vieste-me visitar?
- Sim vim. Preciso de falar contigo. - responde Ricardo num tom um pouco sério.
- Ok, vamos para o meu quarto. - responde ela percebendo de que se tratava de algo sério.
Enquanto caminhavam para o quarto de Marília, Ricardo pensava em como abordar o tema.
- Então Ricardo o que tinhas para me contar? - pergunta Marília enquanto trancava a porta do quarto.
- Bem Marília em primeiro lugar quero que saibas que és a minha melhor amiga e quero que assim continue mesmo depois desta conversa. - disse mostrando o quanto seria séria esta conversa.
- Quero contar-te muito este segredo que guardo comigo faz muitos anos. - continuou ele.
- Esta conversa está a deixar-me nervosa. - diz ela com ar muito ansiosa.
Marília pensava para ela que o Ricardo iria hoje contar-lhe sobre a sua sexualidade.
- Marília eu acho que tu também já sabes mas nunca abordamos este assunto antes. - disse ele.


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- Ricardo eu estarei sempre aqui. - diz ela tentando descansa-lo.
Ricardo respira fundo, sentindo o coração acelerado e as mãos a soar.
Ele pensa para com ele que este é o momento e não pode voltar mais atrás.
- Marília eu sou gay! - Remata ele finalmente soluçando, escorre-lhe duas lágrimas pelo rosto.
- Ah! Afinal é só isso. - Desvalorizando ela a notícia.
- Ricardo já faz muito tempo que calculava isso, mas nunca te quis abordar com medo que te sentisses mal com o assunto, mas quero e e saibas que poderás sempre contar comigo. - Contente por finalmente ele ter confiado nela para lhe confidenciar este segredo tão íntimo.
Ricardo respira de alívio e com um sorriso meio escondido diz.
- Obrigado Marília eu sabia que podia contar contigo.
Queria contar-te uma coisa, acho que estou a gostar do David.
Quando vou para a cama imagino o seu sorriso bem perto do meu rosto, também imagino ele a beijar-me mas logo a seguir sinto minha cara quente desvanecida em vergonha.
- Ricardo estás apaixonado amigo!
Confesso que acho o Ricardo bastante bonito, inteligente e simpático. Quem sabe se ele gosta de ti?
- Não é assim tão simples Marília e se ele for heterossexual?
- Então antes de criarmos muitas expectativas, devíamos descobrir  isso primeiro. Eu posso ajudar-te se quiseres.
- A sério que me ajudavas?
- Claro é para isso que servem as melhores amigas.
- Muito obrigado! Bem está a ficar tarde melhor ir para casa.
- Ok até amanha!
Ricardo foi para casa e já era hora de jantar.
Hoje a mãe estava cansada depois do almoço em família e decidiram comer piza.
Ricardo gostava de ver telenovelas com a mãe e ele e a mãe tinham uma relação muito próxima, já o mesmo não acontecia com o seu pai, era uma relação um pouco distante não que se dessem mal, mas o pai tinha feito planos para Ricardo ir para a marinha e Ricardo não pensava nem por um segundo ir para lá, para além disso o pai esperou ter um filho para ver jogos de futebol e isso também não acontecera.
Ricardo achava que se um dia tivesse de contar a sua orientação sexual aos seus pais ele preferia apenas contar à mãe, no entanto preferiu guardar para si mesmo todos estes anos.

Ele imaginava muitas vezes como seria poder viver num mundo onde dois rapazes pudessem namorar tão naturalmente como um rapaz com uma rapariga.