8 de janeiro de 2016

O último ano de liceu Página 6

- Ricardo eu estarei sempre aqui. - diz ela tentando descansa-lo.
Ricardo respira fundo, sentindo o coração acelerado e as mãos a soar.
Ele pensa para com ele que este é o momento e não pode voltar mais atrás.
- Marília eu sou gay! - Remata ele finalmente soluçando, escorre-lhe duas lágrimas pelo rosto.
- Ah! Afinal é só isso. - Desvalorizando ela a notícia.
- Ricardo já faz muito tempo que calculava isso, mas nunca te quis abordar com medo que te sentisses mal com o assunto, mas quero e e saibas que poderás sempre contar comigo. - Contente por finalmente ele ter confiado nela para lhe confidenciar este segredo tão íntimo.
Ricardo respira de alívio e com um sorriso meio escondido diz.
- Obrigado Marília eu sabia que podia contar contigo.
Queria contar-te uma coisa, acho que estou a gostar do David.
Quando vou para a cama imagino o seu sorriso bem perto do meu rosto, também imagino ele a beijar-me mas logo a seguir sinto minha cara quente desvanecida em vergonha.
- Ricardo estás apaixonado amigo!
Confesso que acho o Ricardo bastante bonito, inteligente e simpático. Quem sabe se ele gosta de ti?
- Não é assim tão simples Marília e se ele for heterossexual?
- Então antes de criarmos muitas expectativas, devíamos descobrir  isso primeiro. Eu posso ajudar-te se quiseres.
- A sério que me ajudavas?
- Claro é para isso que servem as melhores amigas.
- Muito obrigado! Bem está a ficar tarde melhor ir para casa.
- Ok até amanha!
Ricardo foi para casa e já era hora de jantar.
Hoje a mãe estava cansada depois do almoço em família e decidiram comer piza.
Ricardo gostava de ver telenovelas com a mãe e ele e a mãe tinham uma relação muito próxima, já o mesmo não acontecia com o seu pai, era uma relação um pouco distante não que se dessem mal, mas o pai tinha feito planos para Ricardo ir para a marinha e Ricardo não pensava nem por um segundo ir para lá, para além disso o pai esperou ter um filho para ver jogos de futebol e isso também não acontecera.
Ricardo achava que se um dia tivesse de contar a sua orientação sexual aos seus pais ele preferia apenas contar à mãe, no entanto preferiu guardar para si mesmo todos estes anos.

Ele imaginava muitas vezes como seria poder viver num mundo onde dois rapazes pudessem namorar tão naturalmente como um rapaz com uma rapariga.

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